Vivemos conectados. As redes sociais estão presentes em quase todos os aspectos da nossa rotina, influenciando desde como nos relacionamos até como percebemos a nós mesmos. Nesse contexto, a psicologia tem um papel fundamental ao investigar os impactos dessa exposição digital constante na saúde mental.
Ansiedade, comparação, validação por curtidas, medo de estar perdendo algo (FOMO), baixa autoestima e distorções da autoimagem são apenas algumas das questões que surgem do uso excessivo e desregulado das redes. Este artigo aborda como a psicologia compreende esse fenômeno e de que maneira profissionais da área têm atuado para promover o bem-estar digital.
A psicologia contemporânea tem se debruçado sobre o ambiente digital como um espaço de formação de identidade, construção de relações e expressão de emoções. Comportamentos que antes eram observados em ambientes físicos agora também se manifestam nos perfis online, nas interações em aplicativos e no consumo constante de conteúdo.
Do ponto de vista clínico, diversos quadros psicológicos têm sido relacionados ao uso intensivo das redes, como:
Estudos apontam que a relação com as redes pode tanto intensificar problemas preexistentes quanto desencadear novas questões emocionais. O acompanhamento psicoterapêutico torna-se, então, essencial para promover o uso consciente das tecnologias e proteger a saúde mental.
A comparação com o outro é um comportamento natural do ser humano. No entanto, nas redes sociais, ela ganha proporções distorcidas. Fotografias editadas, rotinas idealizadas, conquistas exageradas e padrões inalcançáveis tornam-se referências pouco realistas de vida.
Para adolescentes e jovens adultos, que estão em fase de construção de identidade, isso pode ter um impacto profundo. A busca por validação por meio de curtidas, seguidores e comentários positivos pode gerar uma dependência emocional prejudicial.
Nesses casos, a psicologia atua para:
FOMO (“Fear of Missing Out”, ou medo de estar perdendo algo) é um dos fenômenos psicológicos mais estudados atualmente. Trata-se da sensação constante de que os outros estão vivendo mais, aproveitando mais ou sendo mais felizes. Essa percepção está profundamente ligada à forma como consumimos redes sociais.
O resultado é um ciclo de ansiedade e insatisfação constante, que pode levar a:
A psicologia, nesse contexto, ajuda o indivíduo a reconstruir sua relação com o tempo, com o lazer e com a necessidade de estar sempre conectado.
O psicólogo, seja em clínica ou em ambientes institucionais, precisa estar preparado para lidar com questões emergentes da vida digital. Isso inclui:
As clínicas de psicologia da UNIT oferecem atendimento gratuito à comunidade e têm um papel fundamental nesse cuidado com a saúde mental. Alunos do curso de Psicologia atuam sob supervisão, desenvolvendo escuta sensível, compreensão das demandas contemporâneas e habilidades para acolher o sofrimento emocional.
O curso de Psicologia forma profissionais aptos a compreender o comportamento humano em suas múltiplas dimensões, e o contexto digital é uma delas. A formação envolve disciplinas como Psicologia Social, Psicopatologia, Psicologia do Desenvolvimento e novas abordagens contemporâneas.
Na UNIT, o curso está presente em diversas unidades, como Itabaiana e Estância, e conta com uma grade que integra teoria, prática e extensão. Os alunos são incentivados a refletir sobre os impactos sociais, culturais e tecnológicos sobre a subjetividade humana.
A vivência em projetos de extensão, estágios e atendimentos supervisionados em clínica-escola permite o desenvolvimento de uma atuação ética, crítica e atualizada.
Com o crescimento das redes sociais, tornou-se comum o surgimento de influenciadores digitais. No entanto, a fama repentina pode gerar distorções significativas no senso de identidade. Muitos passam a viver em função da aprovação pública, desenvolvendo quadros de ansiedade, depressão e burnout.
A psicologia analisa esse fenômeno sob o viés da identidade social e da necessidade de pertencimento. É comum que, após um rápido crescimento nas redes, influenciadores sintam-se pressionados a manter um padrão de vida, conteúdo e imagem que nem sempre condiz com sua realidade interna.
A intervenção psicológica pode auxiliar esses indivíduos a:
O contato precoce com as redes sociais tem influenciado como crianças e adolescentes constroem sua percepção de mundo. A exposição a padrões irreais de beleza, consumo e sucesso pode afetar diretamente o desenvolvimento emocional e cognitivo nessa fase tão sensível da vida.
A psicologia do desenvolvimento analisa o impacto das redes em aspectos como:
Os profissionais da área atuam tanto em clínicas quanto em escolas, orientando famílias e promovendo o uso consciente da tecnologia desde a infância.
O ambiente online também influencia os hábitos de consumo, muitas vezes de forma impulsiva e compulsiva. Notificações constantes, promoções-relâmpago e técnicas de marketing digital criam um cenário de pressão constante para consumir. Isso pode levar ao endividamento, ansiedade e sentimentos de culpa.
A psicologia econômica, um campo em expansão, investiga como as emoções influenciam nossas escolhas financeiras e como o meio digital pode agravar comportamentos prejudiciais. A atuação do psicólogo, nesse caso, busca:
As redes sociais vieram para ficar. Cabe à psicologia compreender como esse novo espaço de convivência influencia nosso bem-estar e nossas relações. Não se trata de demonizar o digital, mas de aprender a usá-lo com mais consciência, limite e escuta interna.
Se você se interessa pelo comportamento humano, emoções e pelas novas dinâmicas sociais trazidas pela tecnologia, a Psicologia pode ser o caminho ideal para sua formação profissional.